Os factos importam?

A difusão mal intencionada de notícias falsas não dá sinais de abrandamento. Em apenas uma semana, assistimos à partilha massiva de uma notícia falsa sobre o relógio de Catarina Martins e também de imagens falsas de idosos supostamente agredidos por três detidos.

Perante a evidência de que o conteúdo das imagens era falso, aqueles que as partilharam não cederam, retorquindo com grande convicção: “a imagem é falsa, mas a ideia que eu quero disseminar é verdadeira; e isso é o que importa”.

O sistema democrático assenta na confiança dos cidadãos uns nos outros e nas instituições democráticas. Enquanto a exposição sistemática dos problemas permite melhorar o sistema, a disseminação de notícias falsas ou deturpadas mina a confiança dos cidadãos no sistema democrática.

Substituir a democracia por outra coisa é a verdadeira motivação daqueles que baseiam a sua ação política na criação e disseminação de notícias falsas. No fundo, que importam os factos verdadeiros se conseguirem induzir a ansiada desconfiança no sistema democrático?

Os dados estão lançados e são do conhecimento de todos. Se nada fizermos para os travar, a democracia estará em perigo.

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