A permanente humilhação da mulher

As sociedades, a reboque das religiões, sempre discriminaram e humilharam a mulher. A discriminação de género, o machismo e a heteronormatividade são uma das pragas mais devastadoras com que se defrontam as sociedades dos nossos dias. Apesar dos muitos avanços que já foram alcançados, a verdade é que os grupos conservadores têm conseguido travar a construção de sociedades assentes nos princípios da igualdade, da liberdade, da fraternidade, da racionalidade e do secularismo.

A recente polémica em torno do uso do burkini não é mais do que o prolongamento dessa discriminação e dessa humilhação. Com a agravante de ser especificamente dirigida às mulheres que utilizam uma indumentária identificada com uma religião minoritária.

Se olharmos com cuidado para as declarações que têm sido produzidas e o posicionamento dos principais agentes políticos e religiosos depressa concluímos que esta perseguição às mulheres de burkini tem como ingredientes grande parte dos pecados das religiões: a intolerância (“eu aceito as vestes da minha religião mas recuso as outras”), a misoginia (“eu decido o que eu visto e também o que as mulheres podem vestir”) e o pensamento dogmático (“é assim porque deus ou um profeta disseram”).

Infelizmente, o assunto não vai acabar bem. Quando é que nos deixamos disto?

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